14 de fevereiro de 2021

Telegram não é tão seguro quanto refugiados do WhatsApp possam pensar


Com milhões de utilizadores do WhatsApp a terem fugido para o Signal e Telegram, há quem alerte que este último não é tão seguro quanto possam imaginar.

Fugir do WhatsApp por este estar prestes a partilhar ainda mais dados com o Facebook é um motivo tão válido quanto qualquer outro para quem se quer afastar da inevitabilidade do serviço querer acumular a maior quantidade de informação possível sobre cada utilizador (algo que de resto também se aplica a praticamente todos os gigantes, tecnológicos, como a Google, Amazon, etc.) No entanto, quem o fizer e optar pelo Telegram, pensando que irá contar com maior segurança, deverá ter algumas cautelas.

O Telegram pode ser, neste momento, a opção preferida para quem sai do WhatsApp, mas o serviço nem sequer garante o mesmo nível de segurança que esses utilizadores usufruiam no WhatsApp. Por exemplo, o Telegram suporte mensagens encriptadas end-to-end, mas têm que ser activadas manualmente pelos utilizadores (enquanto que no WhatsApp isso é feito de origem); e, talvez ainda pior, não permite sequer activar esse tipo de encriptação para mensagens de grupo - algo que o WhatsApp faz sem problemas. A isso acrescem preocupações adicionais, como o facto de todo o histórico das mensagens ser guardado nos servidores do serviço, e portanto tecnicamente acessíveis a atacantes ou forças da autoridade, ou ainda o detalhe do Telegram estar sediado nos Emirados Árabes Unidos - embora os responsáveis garantam que estão prontos para se mudar para outro país se sentirem pressões para facilitarem o acesso aos dados dos utlizadores.

Por via das dúvidas, quem quiser abandonar o WhatsApp por uma questão de segurança e privacidade, o melhor mesmo será optar pelo Signal, que embora também seja alvo de algumas críticas, pelo menos garante aos utilizadores que todas as comunicações são encriptadas e não existem cópias em servidores na cloud. Aliás, quando há alguns anos um Tribunal obrigou o Signal a fornecer todos os metadados sobre dois utilizadores sob investigação do FBI, o Signal cumpriu disponbilizando tudo o que tinha sobre eles: a data em que criaram a sua conta, e a data em que fizeram o último login no serviço - apenas e só.

Fonte: Abertoatedemadrugada

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